
Exílio
Chegada a Portugal
Permanência em Portugal
Partida de Portugal
Fim do exílio
Gretchen Wohlwill nasce em Hamburgo, numa família de académicos ilustres de orientação liberal e origem judia, mas assumidamente afastados de qualquer prática religiosa. Dedica-se à pintura (principalmente de óleos e aguarelas) e gravura, e ao seu ensino. Após o fecho da Secessão de Hamburgo, que ajudara a criar e de que era um membro prestigiado, e proibida pelos nazis de exercer a sua profissão de professora na escola feminina Emilie Wüstenfeld, a que a sua formação em pintura (na escola de Valeska Röver complementada por dois anos de estudo em Paris, um deles na reconhecida Academia Matisse) e o exame pedagógico em Berlim haviam dado acesso, e, com a vida crescentemente condicionada, GW decide a muito custo, em 1940, aos 62 anos de idade, exilar-se em Lisboa, onde o irmão Friedrich Wohlwill exercia desde 1933 a sua carreira de médico e Professor universitário.
Depois de alguns anos de difícil adaptação, em que desempenha trabalhos que vão da costura às aulas de língua e de desenho, GW consegue impor-se como artista em Portugal. Toma parte em exposições coletivas e individuais, em Lisboa e no Porto, vindo a ser duas vezes agraciada com o Prémio Francisco de Holanda, com que o S.N.I. distinguia pinturas de estrangeiros, e estabelece uma heterogénea teia de relações que reúne refugiados, intelectuais e artistas portugueses, principalmente oposicionistas, mas também as famílias ricas e cultas dos seus explicandos. Entre os portugueses com quem Wohlwill trava amizade, destacam-se as famílias dos alunos (p.ex. Família Homem de Mello), e, nos meios artísticos e intelectuais, a grande amizade com Ilse e Arménio Losa e com Maria e Francisco Keil do Amaral, e também o conhecimento com Júlio Pomar, Lima de Freitas, Adriano de Gusmão, Armando Vieira dos Santos, Diogo de Macedo e a pianista Maria da Graça Amado da Cunha.
Apesar deste relativo sucesso, GW nunca deixou de se sentir estranha em Portugal e, doze anos volvidos, toma a difícil decisão de regressar à sua Hamburgo natal. Recebida na Alemanha de uma forma que considera ambivalente e sem nunca deixar de se sentir ligada ao país de exílio, principalmente à sua língua, literatura e aos muitos amigos que deixara, GW vive ainda dez anos na Alemanha, que, como decorre principalmente das cartas que escreve à amiga Ilse Losa, nunca deixou de sentir como a sua pátria, e em cujo meio artístico continua a tomar parte interessadamente.
Bruhns, Maike (1989), Gretchen Wohlwill – Eine jüdische Malerin der Hamburger Secession. Hamburg, Ellert und Richter Verlag.
Wohlwill, Gretchen (1984), Gretchen Wohlwill. Lebenserinnerungen einer Hamburger Malerin. Bearbetet von Hans-Dieter Loose, Hamburg, Gesellschaft der Bücherfreunde zu Hamburg.
(Teresa Martins de Oliveira)
Wohlwill, Gretchen (1984), Gretchen Wohlwill. Lebenserinnerungen einer Hamburger Malerin. Bearbeitet von Hans-Dieter Loose, Hamburg, Gesellschaft der Bücherfreunde zu Hamburg.
Vd. infra Galeria de imagens
Wohlwill, Gretchen (1984), Gretchen Wohlwill. Lebenserinnerungen einer Hamburger Malerin. Bearbeitet von Hans-Dieter Loose, Hamburg, Gesellschaft der Bücherfreunde zu Hamburg.<h/h6>
Staatsarchiv der Freien und Hansestadt Hamburg.
Kattunbleiche 19, 22041 Hamburg
Bruhns, Maike (2006), «Gretchen Wohlwill», in: Luckhardt, Ulrich, M.B. e Martin Blumenthal (eds.), Künstlerinnen der Avantgarde in Hamburg zwischen 1890 und 1930, (Catálogo), Hamburger Kunsthalle, Hachmannedition.
Bruhns, Maike (1989), Gretchen Wohlwill – Eine jüdische Malerin der Hamburger Secession. Hamburg, Ellert und Richter Verlag.
Clara, Fernando (2018), «Breve nota em torno do exílio português de Friedrich e Gretchen Wohlwill», in: Oliveira, T.M. e Maria Antónia Gaspar Teixeira (eds.) (2018), De passagem: artistas de língua alemã no exílio português, Porto, Afrontamento: 241 – 255.
Oliveira, Teresa Martins de (2018), «Entre a Alemanha e Portugal: as cartas de Gretchen Wohlwill à amiga Ilse Losa», in: Oliveira, T.M. e Maria Antónia Gaspar Teixeira (eds.) (2018), De passagem: artistas de língua alemã no exílio português, Porto, Afrontamento: 255 – 289.
Ulysseias, https://ulysseias.ilcml.com/pt/termo/wohlwill-gretchen/ (T. Martins de Oliveira)



Do/a autor/a sobre o exílio