Exílio
Chegada a Portugal
Permanência em Portugal
Partida de Portugal
Fim do exílio
Poucos dias após o incêndio do Reichstag (27 de fevereiro 1933), o judeu Jan Lustig, mais tarde convertido ao catolicismo (1940, em Lisboa), abandona apressadamente Berlim e, com a mulher (Lotte Lustig), refugia-se em Paris, onde ganha fama enquanto (co)argumentista de filmes de grande êxito comercial (p. ex., «La Dame de Malacca», 1937). Com a aproximação do exército alemão à capital francesa, em junho de 1940, redobra o perigo para L., que denunciava o nazismo produzindo peças radiofónicas difundidas semanalmente pela «Radio Mondiale». Conforme refere no seu diário – Ein Rosenkranz von Glücksfällen –, que é bem mais do que o relato da fuga de Paris até Los Angeles, o casal acompanha a caótica torrente de fugitivos rumo ao sul de França (onde, em Bordeaux, os seus vistos são assinados por Aristides de Sousa Mendes), seguindo depois para Espanha e Portugal. Logo em Vilar Formoso, após permanecerem encerrados quase dois dias no comboio, sem luz e nada para comer e beber, as autoridades policiais portuguesas atribuíram-lhes residência fixa na Figueira da Foz. No entanto, o casal arriscou por vezes deslocar-se clandestinamente a Lisboa com vista a obter o visto para os EUA. Porque, apesar de possuir um contrato de trabalho da Metro-Goldwyn-Mayer, e não obstante o consulado americano em Lisboa ter indicações do “State Department” para conceder urgentemente vistos a intelectuais em perigo, entre eles J. L., foram quase dois meses de incertezas desgastantes até que um novo cônsul, menos renitentemente conservador, lhes deu os documentos necessários para abandonarem a Europa. Cerca de duas semanas após a chegada a Nova Iorque o casal parte para Los Angeles (7 de dezembro 1940). Anos mais tarde, J. L. adquirirá a cidadania americana (1946).
Boewe, Karl- Heiz (1976), Jan Lustig, Deutsche Exilliteratur seit 1933, Bd. I, Franke Verlag: 780-788.
Frey, Erich A, (2001), «Nachwort», in Jan Lustig, Ein Rosenkranz von Glücksfällen. Protokoll einer Flucht, Bonn, Weidle Verlag: 127-142.
Lustig, Jan (2001), Ein Rosenkranz von Glücksfällen. Protokoll einer Flucht, Bonn, Weidle Verlag.
(Maria Antónia Gaspar Teixeira)
Lustig, Jan (1979), Narrheit, Liebe, Tod und Teufel. Erzählungen, München, Ehrenwirth.
Lustig, Jan (2001), Ein Rosenkranz von Glücksfällen. Protokoll einer Flucht, ed. e com posfácio de Erich A. Frey. Com filmografia de Stefan Drössler, Bonn Weidle.
Lustig, Jan (2001), Ein Rosenkranz von Glücksfällen. Protokoll einer Flucht, Weidle Verlag.
Deutsches Literaturarchiv Marbach [Lustig an Manfres Georg(e), 25 cartas (1933-1965)]
Do/a autor/a sobre o exílio